Clima,
relevo predominante
O clima é semiárido quente:
a oeste na zona serrana tem clima fresco atenuado pela altitude. A temperatura
do ano inteiro varia de 24º C a 34ºC.
O Município está dentro da
Mesorregião do Noroeste Cearense, portanto localizado na Microrregião do Ipu
que engloba os seguintes municípios: Ipu, Ipueiras, Pires Ferreira, Poranga,
Reriutaba e Varjota. Fica também, na Zona Fisiográfica de Sobral, tendo como
sede a cidade de Ipu, a 247,20m de altitude, as suas coordenadas geográficas
estão assim distribuídas: Latitude 4º 19’20” S; Latitude 40º 42’39”W. Situa-se
ao pé da Cordilheira da Ibiapaba, às margens do ribeirão Ipuçaba.
Orografia: A Ibiapaba
margeia o município de norte a sul. Na área sertaneja encontram-se os serrotes
Flores e Fuzil. Superfície 634.l km²
Limites
Geográficos com relação a outras paróquias
A Paróquia de São Sebastião
de Ipu, limita-se ao Norte com a Paróquia de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro
– Pires Ferreira; ao Sul com a Paróquia de Nossa Senhora da Conceição –
Ipueiras (Diocese de Crateús); a Leste com a Paróquia de Nossa Senhora da
Conceição – Hidrolândia e a Oeste com as Paróquias e de Nossa Senhora dos
Prazeres – Guaraciaba do Norte e Nossa Senhora das Dores – Croatá (Diocese de
Tianguá)
Padres
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Reside/Posse
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Saída
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1º
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João José de Castro
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13 de Novembro 1883
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+ 11 de Junho 1893
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2º
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Fco. Máximo Feitosa e Castro
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1893
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1911
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3º
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Aureliano Mota
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23 de Setembro 1911
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Fevereiro de 1916
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4º
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Gonçalo de Oliveira Lima
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19 de Abril 1916
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21 de Dezembro 1946
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5º
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Fco. Ferreira de Moraes
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10 de Janeiro 1947
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08 de Dezembro 1999
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6º
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Raimundo Nonato de Paiva
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09 de Dezembro 1999
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Histórico da Paróquia de São
Sebastião do Ipu
A história da Paróquia de São Sebastião
remete ao início do século XVIII.
Em 1712 foi criado pela Junta das Missões
da Diocese de Pernambuco o Curato do Acaracu (forma antiga de Acaraú), cujo
território compreendia toda a porção noroeste da Capitania do Ceará, desde o
Rio Parnaíba até o Rio Acaraú; abrangia toda a Serra da Ibiapaba, Meruoca,
Sobral e o sertão do vale dos rios Acaraú e Macaco
Por outro lado, os padres da Companhia de
Jesus - jesuítas -, sob a direção da Junta das Missões do Maranhão, já
realizavam um trabalho de catequese junto aos índios Tabajaras, na serra da
Ibiapaba, havendo fundado a Aldeia da Ibiapaba nas cercanias da atual cidade de
Viçosa do Ceará. Faziam-se presentes ainda no vale do Rio Coreaú, catequizando
os índios Aconguaçus e construindo uma capela no lugar chamado Ibuaçu, atual
distrito de Araquém, na cidade de Coreaú.
A Ibiapaba foi objeto de um conflito de
jurisdição entre a Junta das Missões do Maranhão e a Junta das Missões da
Diocese de Pernambuco. Ambas requisitavam o direito de catequizarem os índios
da região. O processo correu em Portugal e foi determinado que os jesuítas não
poderiam ultrapassar o rio Inhuçu (próximo a São Benedito). Dessa forma, a
Ibiapaba foi dividida em duas parte: ao norte, sob a jurisdição dos jesuítas,
tínhamos o que se chamou de Serra da Ibiapaba; ao sul, ficava a imensidão
habitada por índios bravios e de geografia mais inóspita chamada de Serra dos
Cocos. O conjunto da cordilheira era chamado, a esta época, simplesmente de Serra
Grande.
Em 1722, enquanto a questão com os
jesuítas arrastava-se, o Padre João de Matos Serra, cura do Curato do Acaracu,
enviou para a Serra dos Cocos o frei José da Madre de Deus, da ordem dos
Carmelitas, com a missão de construir uma capela sobre a serra a fim de evitar
o avanço dos jesuítas rumo ao sul da Ibiapaba.
Frei José veio ter com o Capitão José de
Araújo Chaves, dono da sesmaria das Ipueiras (atual cidade de Ipueiras),
pedindo-lhe que cedesse um terreno na porção serrana de suas terras para a
construção da dita capela. O capitão, por sua vez, cedeu não um, mas dois
terrenos, exigindo que fossem construídas duas capelas, uma na serra e outra no
sertão. Ele também escolheu os padroeiros. A capela do sertão seria dedicada a
Nossa Senhora da Conceição e a da serra a São Gonçalo do Amarante.
O padre carmelita deu prioridade à
construção da capela serrana, mas acabou tendo que fugir das perseguições
movidas pelos jesuítas. Deixou, no entanto, a capelinha inacabada, mas já
servindo para as celebrações que eram raras nessa época dada a distância imensa
que os padres tinham que percorrer. No máximo, os devotos podiam confessar-se e
comungar uma vez por ano, quando pela capela passava um padre que ministrava a
"desobriga", aproveitando também o ensejo para realizar todos os
batismos, crismas e casamentos necessários. Diz-se que era comum as crianças
batizarem-se com até doze anos de idade em alguns pontos da Serra dos Cocos,
dada a distância e o longo tempo que ficavam ser receber a visita de
sacerdotes. Estes, por sua vez, enfrentavam toda sorte de perigos em cavalgadas
intermináveis, subindo e descendo serras, percorrendo sertões, sujeitos a
emboscadas de índios e saqueadores.
A capelinha de São Gonçalo foi escolhida,
em 30 de agosto de 1757, para matriz da Freguesia de São Gonçalo da Serra dos
Cocos. Desde então, o povoado ao seu redor passou a chamar-se de Matriz de São
Gonçalo e hoje chama-se simplesmente "Matriz" e é distrito do
município de Ipueiras.
O território da Freguesia de São Gonçalo
era imenso. Compreendia as atuais cidades de Ipueiras, Guaraciaba do Norte,
Ipu, Poranga, Nova Russas, Ararendá, Tamboril e Hidrolândia perfazendo uma
extensão de quarenta léguas.
No final do século XVIII, o povoado do
Campo Grande, atual Guaraciaba do Norte, encontrava-se mais desenvolvido do que
a Matriz de São Gonçalo, ao mesmo tempo em que ficava mais próximo de outros
pontos também em desenvolvimento, como Viçosa e Sobral. Por este motivo, os
padres da imensa Freguesia acabaram preferindo residir no Campo Grande,
deixando em segundo plano a matriz.
Por outro lado, bandos violentos agitavam
a serra em constantes brigas de família, ensanguentando a Ibiapaba e,
principalmente, o povoado da Matriz de São Gonçalo.
Em 12 de maio de 1791, o território da
Freguesia de São Gonçalo emancipou-se politicamente com a criação da Vila Nova
d'El Rey. Para sede da vila foi escolhido o povoado do Campo Grande, o que
aumentou o isolamento da Matriz de São Gonçalo.
Ainda no final do século XVIII, no arraial
do Ipu, foi doado um terreno para constituir o patrimônio de São Sebastião e
foi construída a primeira igreja no centro do quadro formado pelas casas do
arraial. Essa primeira igreja tinha a frente voltada para o poente e dizem ter
sido coberta de palhas.
A 26 de agosto de 1840, a sede da Vila
Nova d'El Rey foi transferida para o Ipu, tomando o nome de Vila Nova do Ipu
Grande. Mais ou menos em 1845, chega ao Ipu o último cura da Freguesia de São
Gonçalo da Serra dos Cocos, o padre Francisco Corrêa de Carvalho e Silva. Ao
que tudo indica, foi o primeiro sacerdote a fixar residência no Ipu. Sua
justificativa para não morar na sede da Freguesia era o fato de haver
encontrado a igreja de São Gonçalo em péssimo estado, com paredes ruindo, o que
impossibilitava seu uso para as celebrações. A providência que tomou foi a de
mandar demolir a antiga igreja para que fosse construída outra. Enquanto isso, conseguiu
autorização para transferir as alfaias e ornamentos para a capela de São
Sebastião.
A construção da atual igreja da Matriz
arrastou-se por muitos anos. Enquanto isso, resolveu o Padre Corrêa demolir
também aquela primitiva capela que havia no Ipu e mandou construir a atual
igrejinha.
Dessa forma, a capela da igrejinha remonta
à segunda metade do século XIX, não sendo a primeira igreja do Ipu, como dizem
alguns.
O Padre Corrêa faleceu no Ipu a 13 de
junho de 1881, sendo nomeado para seu sucessor o Padre João José de Castro. No
entanto, em 27 de outubro de 1883, a antiga Freguesia de São Gonçalo da Serra
dos Cocos foi extinta, sendo criadas em seu lugar as Freguesias de Nossa
Senhora da Conceição de Ipueiras e a de São Sebastião do Ipu. A igreja de São
Gonçalo passou a ser capela da Freguesia de Ipueiras.
O Padre João José de Castro foi, dessa
forma, o primeiro pároco do Ipu, visto que o Padre Corrêa, apesar de residir
por aqui, era oficialmente pároco da Freguesia de São Gonçalo.
Em 1886, o Ipu foi elevado à categoria de
cidade. A economia e a cultura desenvolviam-se e o padre João de Castro, além
de seu trabalho pastoral, atuou em outros âmbitos, tendo sido fundador e
primeiro presidente do Gabinete Ipuense de Leitura e organizado a festa de
inauguração da Estação da Estrada de Ferro de Sobral, em 1894, ano em que veio
a falecer.
A seguir, veio o Padre Máximo Feitosa de
Castro, permanecendo no Ipu de 1894 a 1911. Priorizando o trabalho pastoral,
fundo o Apostolado da Oração e duas Conferências Vicentinas.
O Padre Aureliano Mota chegou ao Ipu em
1911 para suceder o padre Máximo Feitosa. Percebendo o crescimento econômico do
Ipu e a posição privilegiada da cidade, tratou de chamar para cá seu irmão, o
jurista, folclorista e escritor Leonardo Mota. Permaneceu à frente da Freguesia
de São Sebastião por apenas cinco anos, o suficiente para idealizar a
construção de uma igreja matriz que deveria ser a maior e mais bela de toda a
região norte. A planta foi feita pelo arquiteto Arquimedes Memória e a pedra
fundamental lançada em 1914. O jornal O Rebate, de Sobral, noticiou o fato na
edição de 24 de outubro de 1914 com as seguintes palavras: "Com desusada
solenidade realizou-se domingo ultimo, no Ipu, a benção da primeira pedra
fundamental da nova igreja matriz daquela cidade, grandioso empreendimento
que pretende levar a efeito, ali, o seu atual vigário, padre dr. Aureliano
Mota."
Com a transferência do Padre Aureliano
para Quixeramobim, foi designado para o Ipu o Padre Gonçalo de Oliveira Lima,
assumindo a Paróquia em 09 de abril de 1916. Continuou a construção da matriz a
qual, devido às suas grandes dimensões, levou 26 anos para ser concluída. Padre
Gonçalo enfrentou dificuldades, como as grandes secas de 1919 e 1932, quando
foi criado em Ipu um campo de concentração para os flagelados, aos quais o
padre deveria prestar auxílio espiritual.
Por duas vezes assumiu cumulativamente as
paróquias de Ipu e Guaraciaba do Norte, sendo a primeira de 12 de junho de 1920
a 02 de dezembro de 1922 e a segunda de 26 de junho de 1923 a 28 de outubro de
1925.
Em 1947, com 63 anos de idade (idoso para a
época), o então Monsenhor Gonçalo entregou a paróquia ao Padre Francisco
Ferreira de Moraes. Este tomou posse no dia 10 de janeiro daquele ano e
permaneceu à frente da Paróquia de São Sebastião do Ipu por mais de cinquenta
anos.
Preocupado com o bem estar de seus
paroquianos, o padre Moraes buscou recursos para a construção de vários obras
consideradas fundamentais para o desenvolvimento da cidade. Entre elas,
destacam-se o Centro de Puericultura, onde dava-se assistência às crianças e
gestantes; o Patronato Sousa Carvalho, construído com apoio financeiro da
família Sousa Carvalho, natural do Ipu mas há muito morando no Sudeste do país;
a Escola Profissional, onde funcionava um curso ginasial, uma tipografia,
escola de música e de marcenaria; a Maternidade Doutor Francisco Araújo; e o
Centro Social Urbano.
Em dezembro de 1999, foi tornado vigário
emérito por decisão de então Bispo da Diocese de Sobral, D. Aldo Pagotto. Em
seu lugar, assumiu a Paróquia a então vigário diocesano Padre Raimundo Nonato
Timbó de Paiva.
Endereço: Praça Dr. Chagas Pinto, 1045 – Centro – CEP 62.250 – Ipu – Ce
Fone/Celular: TIM - (88) 9 9687-1255 (WhatsApp)
Pároco: Pe. João Vasconcelos
Região Episcopal: Araras
Jorge Luiz Ferreira Lima - graduado
em História pela Universidade Estadual Vale do Acaraú
FONTES DE PESQUISAS:
ARAUJO, Pe Francisco Sadoc.
História Religiosa de Guaraciaba do Norte. Fortaleza: Imprensa Oficial do
Ceara, 1988.
MELLO, Maria Valdemira
Coelho. O Ipu em três épocas. Fortaleza: Popular Editora, 1985.
MENEZES, Antônio Bezerra.
Notas de viagem. Fortaleza: Imprensa Universitária do Ceará, 1965.
SOUSA, Eusébio de. Chronica
do Ipu. In: Revista do Instituto do Ceará. t.XXIX, 1915, pp 157-243.
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